Chuva que chega devagar
Ouço-a no parapeito da sacada
Enquanto bebo café preto
E relembro os momentos eternos
Em que perdi meus amigos...
Chuva que rateia minha agônia
Sonda-me com tua brisa cálida
Não tenho os pulsos da calma
Para saber quão estival é teu drama
Se mesmo após a noite
E todo o algoz dia
Eu penso em minhas liras
De glória e desesperança
Não quero ser descartado
Em um mundo de plástico e concreto
Em um mundo de projetos de fetos
Nascidos de cápsulas hiperbólicas
Na vertigem de humana frota
Dos cegos que estão presos nos labirintos da escuridão
Não quero ser impossível
Mesmo nesse som da chuva pálida
O retrato daquela praça em meio ao nada
Na gravura das cordas do teu velho violão
Sufocando com cada nota o câncer
Que se formou cedo em meu peito
Amigos que morreram para a vida
Amigos que morreram para a morte
Amigos que morreram na ferida
Amigos que morreram para o Norte
Eu estive aí, com vocês em um tempo
Agora estamos presos por fios
Ligados na parede nós conversamos
Em bytes cinzas para o labirinto onde os cegos se perderam...
Igan Hoffman
Poesia de punho próprio, usar a linguagem humana para fins estéticos... Aqui tudo pode acontecer, dependendo da imaginação do leitor ou autor... Há sempre um sentido escondido em cada poema...
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Uma manhã agridoce!
Cheiro agridoce dessa manhã
Inerte sentado na cadeira na sacada
Apesar de tudo que se tem para fazer
Acendo um cigarro, uma tragada profunda...
Não quero pensar em nada tão sério
O mundo mesmo não me dá as respostas
Eu vejo as pessoas, e há tanto movimento
Com qual objetivo? Alguém se salvará?
Sigo a manhã em sua lassidão
Cai uma chuva fina sobre a brita lá embaixo
Molha a ponta da sacada
Defendo-me um pouco, continuo fumando...
Se não houvesse a morte o que seríamos?
Se não tivesse o sonho como viveríamos?
A família parece ter tanta importância
Parece ser a única coisa em que confiamos
É tão importante ter família
Mesmo sozinho agora nesse apartamento
Eu penso nos outros apesar de estar comigo
E mesmo na fumaça do cigarro
Vejo meus pensamentos ainda embaçados
E busco além da agonia
Um conforto em algo que eu conheço
Lá fora uma selva de autos
Selva de burocratas, selva de bancários
Selva de funcionários, profissionais, trabalhadores
Selva de loucos
Aqui, nessa varanda, um símbolo
Que transpassa toda a selva e vai de encontro com essa manhã
Uma fumaça opressora da natureza em volta
Dos pássaros e dos insetos que cercam
Essas ruas carregadas de matos
Esses matos carregados de árvores...
Eu estou só e me sinto bem
Penso nos outros e em mim
Eu estou só e fumando meu doce cigarro matinal
Se o fumo me matar, ao menos tive o prazer desta manhã...
Igan Hoffman
Inerte sentado na cadeira na sacada
Apesar de tudo que se tem para fazer
Acendo um cigarro, uma tragada profunda...
Não quero pensar em nada tão sério
O mundo mesmo não me dá as respostas
Eu vejo as pessoas, e há tanto movimento
Com qual objetivo? Alguém se salvará?
Sigo a manhã em sua lassidão
Cai uma chuva fina sobre a brita lá embaixo
Molha a ponta da sacada
Defendo-me um pouco, continuo fumando...
Se não houvesse a morte o que seríamos?
Se não tivesse o sonho como viveríamos?
A família parece ter tanta importância
Parece ser a única coisa em que confiamos
É tão importante ter família
Mesmo sozinho agora nesse apartamento
Eu penso nos outros apesar de estar comigo
E mesmo na fumaça do cigarro
Vejo meus pensamentos ainda embaçados
E busco além da agonia
Um conforto em algo que eu conheço
Lá fora uma selva de autos
Selva de burocratas, selva de bancários
Selva de funcionários, profissionais, trabalhadores
Selva de loucos
Aqui, nessa varanda, um símbolo
Que transpassa toda a selva e vai de encontro com essa manhã
Uma fumaça opressora da natureza em volta
Dos pássaros e dos insetos que cercam
Essas ruas carregadas de matos
Esses matos carregados de árvores...
Eu estou só e me sinto bem
Penso nos outros e em mim
Eu estou só e fumando meu doce cigarro matinal
Se o fumo me matar, ao menos tive o prazer desta manhã...
Igan Hoffman
Assinar:
Postagens (Atom)