segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Uma manhã agridoce!

Cheiro agridoce dessa manhã
Inerte sentado na cadeira na sacada
Apesar de tudo que se tem para fazer
Acendo um cigarro, uma tragada profunda...
Não quero pensar em nada tão sério
O mundo mesmo não me dá as respostas
Eu vejo as pessoas, e há tanto movimento
Com qual objetivo? Alguém se salvará?
Sigo a manhã em sua lassidão
Cai uma chuva fina sobre a brita lá embaixo
Molha a ponta da sacada
Defendo-me um pouco, continuo fumando...
Se não houvesse a morte o que seríamos?
Se não tivesse o sonho como viveríamos?
A família parece ter tanta importância
Parece ser a única coisa em que confiamos
É tão importante ter família
Mesmo sozinho agora nesse apartamento
Eu penso nos outros apesar de estar comigo
E mesmo na fumaça do cigarro
Vejo meus pensamentos ainda embaçados
E busco além da agonia
Um conforto em algo que eu conheço
Lá fora uma selva de autos
Selva de burocratas, selva de bancários
Selva de funcionários, profissionais, trabalhadores
Selva de loucos
Aqui, nessa varanda, um símbolo
Que transpassa toda a selva e vai de encontro com essa manhã
Uma fumaça opressora da natureza em volta
Dos pássaros e dos insetos que cercam
Essas ruas carregadas de matos
Esses matos carregados de árvores...
Eu estou só e me sinto bem
Penso nos outros e em mim
Eu estou só e fumando meu doce cigarro matinal
Se o fumo me matar, ao menos tive o prazer desta manhã...


Igan Hoffman

Um comentário:

  1. Para você o importante é viver intesamente um dia, independente de qualquer coisa, buscando apenas os prazeres?? já imaginou se fossemos morrer no final dele? acho que as ultimas horas seriam agonizantes.Já pensou em escrever sobre os Bareback?

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